Biografia - Professor Derville Allegretti - EMEFM Professor Derville Allegretti

EMEFM Professor Derville Allegretti

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19/08/2016

Biografia - Professor Derville Allegretti

Biografia - Professor Derville Allegretti



ALLEGRETTI, Derville


*rev. 1932; dep. fed. SP 1959-1967.


Derville Allegretti nasceu em Resende (RJ) no dia 24 de agosto de 1900, filho de César Allegretti e de Artemísia Sgarbi Allegretti. Seu pai, imigrante italiano, era tintureiro. Seu avô materno, João Sgarbi, foi prefeito de Resende.

Transferindo-se para a cidade de São Paulo, realizou os estudos primários no Grupo Escolar da Mooca e cursou o secundário no Ginásio Osvaldo Cruz e no Instituto de Ciências e Letras. Em 1920 formou-se perito contador pela Escola Técnica de Comércio Álvares Penteado, na capital paulista.

Ainda nesse ano iniciou-se no jornalismo como colaborador do Correio Paulistano, do qual só se afastaria em 1930. Em 1923 diplomou-se pela Escola Normal de São Paulo, passando a lecionar matemática financeira e português em vários estabelecimentos de ensino técnico-comercial, como a Escola de Comércio Rui Barbosa, o Ginásio Franco-Brasileiro, o Instituto Comercial Brasil, o Instituto de Ciências e Letras e o antigo Ginásio Osvaldo Cruz. A par de seu trabalho docente, foi escriturário da Companhia Antártica Paulista e chefe de correspondência da casa bancária Conde e Almeida, tendo trabalhado ainda para várias outras organizações comerciais e industriais. Em 1929 fundou a Escola Técnica de Comércio 30 de Outubro, atual Colégio Comercial 30 de Outubro, da qual foi diretor-geral.

Em 1932 participou ativamente da Revolução Constitucionalista, deflagrada no mês de julho em São Paulo contra o governo instalado com a Revolução de 1930. Após a derrota do movimento em outubro, ainda em 1932 bacharelou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo, montando banca na mesma cidade e tornando-se perito judicial. Em 1940 fundou a Faculdade de Economia, Finanças e Administração de São Paulo, da qual foi também diretor. Em 1944 elegeu-se presidente do Sindicato dos Proprietários de Escolas de Comércio de São Paulo, cargo que exerceu até 1946, quando passou a integrar a diretoria da entidade.

Com a queda do Estado Novo (1937-1945) e a redemocratização do país, filiou-se ao Partido Republicano (PR), sendo eleito em 1947 vereador à Câmara Municipal de São Paulo. Durante o exercício de seu mandato presidiu a Comissão de Redações, foi vice-presidente das comissões de Orçamento e Finanças e de Justiça e líder da bancada do PR na Câmara.

No pleito de outubro de 1950 elegeu-se deputado à Assembléia Legislativa paulista na mesma legenda e, ainda nesse ano, interrompeu o mandato na Câmara Municipal de São Paulo. Em fevereiro do ano seguinte assumiu uma cadeira na Assembléia paulista, integrando nessa legislatura as comissões de Constituição e Justiça, de Educação e Cultura e de Assistência Social e chegando ainda a liderar a bancada de seu partido. Economista provisionado a partir de 1952, foi indicado pelo PR para concorrer ao pleito de março de 1953 para prefeito da capital paulista, tendo posteriormente renunciado a essa candidatura. Ainda em 1953 participou do Congresso Municipalista, realizado em Poços de Caldas (MG), e do Congresso de Municípios, reunido em Louisville, Kentucky, nos Estados Unidos. No ano seguinte tornou-se presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia de São Paulo.

Reeleito em outubro de 1954, sempre na legenda do PR, em fevereiro do ano seguinte foi reconduzido à liderança de seu partido na Assembléia paulista. Em novembro de 1955 licenciou-se do Legislativo estadual para assumir a Secretaria de Negócios do governo de São Paulo, chefiado pelo governador Jânio Quadros (1955-1959). Presidente da junta legislativa e membro do conselho arbitral da Federação Paulista de Futebol, também em 1955 elegeu-se presidente dessa entidade. Deixou a secretaria que ocupava no governo paulista em maio de 1957 e reassumiu em seguida sua cadeira na Assembléia Legislativa.

No pleito de outubro de 1958 elegeu-se na mesma legenda deputado federal por São Paulo. Deixando a Assembléia paulista em janeiro de 1959, assumiu em fevereiro seguinte seu mandato na Câmara dos Deputados. Em maio do mesmo ano tornou-se vice-líder do PR e vice-presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara, tendo sido autor de três projetos: o que instituiu o prêmio Portinari ao melhor expositor de quadros modernistas, o que estendeu aos técnicos de contabilidade as prerrogativas dos contadores e o que criou a Faculdade de Engenharia Industrial de Moji das Cruzes (SP). Favorável à manutenção da iniciativa privada no setor educacional, ao ensino gratuito e a uma implementação estatal mais significativa no campo do ensino, através da concessão de bolsas de estudo aos estudantes mais pobres, foi um dos co-autores do projeto que se transformaria na Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional. Integrou ainda a comissão especial que examinou a atuação das comissões de inquérito criadas durante o governo Jânio Quadros (janeiro a agosto de 1961).

Com a renúncia de Jânio em 25 de agosto de 1961, votou favoravelmente à Emenda Constitucional nº 4, de 2 de setembro seguinte, que implantou o regime parlamentarista no Brasil como forma conciliatória para propiciar a posse do vice-presidente João Goulart, cujo nome fora vetado pelos ministros militares. Municipalista, votou a favor da Emenda Constitucional nº 5, de novembro de 1961, que ampliou a participação dos municípios na arrecadação tributária nacional. Também nesse mês apoiou o reatamento das relações diplomáticas com a União Soviética, rompidas desde 1947.

Pertenceu à Ação Democrática Parlamentar (ADP), bloco interpartidário surgido no primeiro semestre de 1961 com o objetivo de combater a influência comunista no Brasil. Composta basicamente de parlamentares da União Democrática Nacional (UDN) e, em plano secundário, do Partido Social Democrático (PSD), a ADP fez oposição ao governo do presidente Goulart (1961-1964), deixando de existir após a ascensão dos militares ao poder em abril de 1964.

No início de 1962 rompeu com o PR e filiou-se ao Movimento Trabalhista Renovador (MTR), assumindo em fevereiro do mesmo ano a vice-liderança de seu novo partido na Câmara. No pleito de outubro desse ano reelegeu-se deputado federal na legenda da Coligação Janista, formada pelo MTR e o Partido Trabalhista Nacional (PTN). Sua candidatura foi aprovada pela Aliança Eleitoral pela Família (Alef), associação civil de âmbito nacional criada em 1962 em substituição à Liga Eleitoral Católica (LEC) com o objetivo de mobilizar o eleitorado católico para apoiar os candidatos comprometidos com os princípios sociais da Igreja.

Segundo o Correio Brasiliense, era partidário da reforma agrária cooperativista, da desapropriação dos latifúndios e do pagamento das indenizações através de títulos da dívida pública, desde que se garantisse a não desvalorização das terras e a venda aos lavradores das terras pertencentes ao domínio da União, de forma a que os recursos obtidos fossem destinados à assistência aos pequenos lavradores. Favorável à instituição de um banco central emissor, propunha que os estabelecimentos oficiais de crédito se dedicassem ao fomento da produção, contanto que a rede bancária privada reservasse pelo menos 20% de seus depósitos para serem aplicados na agricultura e na pequena indústria, com juros baixos e a longo prazo.

Ainda segundo a mesma fonte, dentre seus trabalhos parlamentares destacou-se a defesa que fez para a instalação das fábricas Krupp no Brasil, construídas em Campo Limpo, município de Jundiaí (SP), onde se investiu considerável capital. No tocante à reforma eleitoral, posicionou-se a favor da divisão dos estados em distritos eleitorais, da cédula única e das eleições primárias, presididas pela Justiça Eleitoral. Favorável à ampliação dos direitos dos partidos, era contudo a favor da cassação dos mandatos dos deputados que mudassem de legenda sem haver atingido o quociente eleitoral.

Em abril de 1963 assumiu a vice-liderança do bloco parlamentar constituído pelo Partido Democrata Cristão (PDC), o Partido Socialista Brasileiro (PSB), o Partido Social Trabalhista (PST), o Partido Republicano Trabalhista (PRT), o MTR e o PR. Em setembro de 1963 assumiu ainda a vice-liderança do Bloco Parlamentar dos Pequenos Partidos, sendo também reconduzido à Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.

Após a vitória do movimento político-militar de março de 1964 tornou-se, no mês seguinte, vice-líder do MTR na Câmara dos Deputados. Ainda em 1964 criou com seu filho a Fundação Leonídio Allegretti, entidade mantenedora de seu colégio, o Colégio Comercial 30 de Outubro, da qual foi presidente. Em abril do ano seguinte elegeu-se líder do MTR e vice-líder do bloco parlamentar formado pelo Partido Social Progressista (PSP), o PTN, o PST, o PR, o MTR e o PDC.

Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), assumindo posteriormente a vice-liderança de seu partido na Câmara. No pleito de novembro de 1966 elegeu-se segundo-suplente de deputado federal por São Paulo na legenda do MDB. Concluindo o mandato em janeiro de 1967, deixou definitivamente a Câmara Federal.


Presidente honorário das Associações de Cooperadores Salesianos e da Associação de Antigos Alunos da Escola Comercial 30 de Outubro, tornou-se também presidente da Sociedade dos Amigos da Cidade em São Paulo.

Foi casado com Aurora Borges de Oliveira Allegretti, com quem teve um filho.

Faleceu em São Paulo no dia 14 de junho de 1979.

Publicou A reforma ortográfica (1943), A reforma do ensino comercial (1950), Trabalhos e realizações na Câmara Municipal de São Paulo (1958), O Caso Krupp e outras indiscrições (1959) e Trabalhos parlamentares na Assembléia Legislativa de São Paulo.

FONTES: CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1963-1967); CÂM. DEP. Relação nominal dos senhores; CAMPOS, Q. Fichário; COUTINHO, A. Brasil; Eleitos; Estado de S. Paulo (23/9/62);Grande encic. portuguesa; Personalidades; SOC. BRAS. EXPANSÃO COMERCIAL. Quem; Súmulas; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (2, 3, 4, 6 e 8); Who’s who in Brazil.

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